O mais engraçado dos velhinhos não se vestia de Papai Noel no Natal, nem mesmo para a família- "porque seria um Noel diferente; pelo humor e pela voz todo mundo saberia que era ele". A saraivada de piadas e pegadinhas, até com as crianças, fazia a diferença -ele apontava uma luz lá longe pela janela e deixava os filhos curiosos, debruçados no parapeito, enquanto trazia os presentes.O nome de batismo, Fileto Borges de Barros, em nada agradava o menino religioso nascido em Corumbá (MS) e formado em um colégio de padres -"uma espécie de coroinha", que chegou a dar aulas de catecismo às outras crianças.Após a morte do pai, a mãe veio com os cinco filhos para São Paulo. Barros foi estudar no liceu do Instituto de Ciências e Letras e trabalhar em uma fábrica de bonés. Ganhava uma miséria, mas era um garoto na cidade grande.Até que a moda do rádio pegou, sua voz se destacou entre as apresentações radiofônicas no liceu e ele acabou indicado para umas tais gravações -e um belo dia chegou em casa com o primeiro salário, uma verdadeira fortuna comparada ao que ganhava na fábrica. "Na nossa família ninguém ganha sem trabalhar, todo mundo é honesto", disse a mãe, assustada. Mas ela logo se acostumaria -se não com a fortuna, que nunca veio, ao menos com o sucesso na TV.Já no início dos anos 1940, Barros foi locutor de radionovelas. A voz que "era seu maior patrimônio" lhe garantiu também pontas de dublagem em novelas em filmes -"muitos atores não tinham voz para isso", dizia.Era dele o grito do "Tarzan" brasileiro, dos personagens Leôncio e Zeca Urubu no desenho "Pica-Pau", do Moe, de "Os Três Patetas", do Capitão Lord de "Titanic", do Pingüim da versão dos anos 60 de "Batman" -e de tantos outros heróis e vilões de cinema e TV. Foi até reconhecido por Jonathan Harris como o seu melhor dublador de Dr. Smith no seriado "Perdidos no Espaço". Mas ele era mais que uma bela voz. Seu humor seria logo reconhecido, quando atuou com Dercy Golçalves e Grande Othelo em "Se Meu Dólar Falasse". A partir daí, virou comediante de fato. Convidado por Manoel da Nóbrega, foi fazer na "Praça da Alegria" o mendigo milionário que se dizia amigo de políticos e celebridades e que o deixaria famoso por seu bordão "meu caro colega". O mesmo mendigo que levaria para "A Praça É Nossa", do filho de Manoel, Carlos Alberto da Nóbrega. Viveu na "Praça" décadas a fio. Sua última aparição foi exatamente no Natal do ano passado, quando foi um dos homenageados por Carlos Alberto da Nóbrega. Só ficava triste quando não tinha trabalho. "Vida de artista não é fácil", dizia. Mas, sempre que a situação apertava, lá ia ele com a sua voz fazer "bicos" em comerciais e novelas. Porque, como costumava frisar, "o artista era um escravo que trabalhava por amor à senzala".Mas nos últimos anos a visão piorou, e ele não mais enxergava as legendas dos filmes para dublagem. E estava doente. Sentado no aparelho de hemodiálise, em longas conversas com o filho, ele percebeu que tinha, há muito tempo, perdido a conta das mil vozes que deixara gravadas em seus mais de 60 anos de carreira. Morreu no dia 12 aos 84 anos, em São Paulo, de parada cardíaca, durante uma sessão de hemodiálise. Tinha dois filhos e três netos.
26 dezembro 2007
Quando alguém é insubstituível
O mais engraçado dos velhinhos não se vestia de Papai Noel no Natal, nem mesmo para a família- "porque seria um Noel diferente; pelo humor e pela voz todo mundo saberia que era ele". A saraivada de piadas e pegadinhas, até com as crianças, fazia a diferença -ele apontava uma luz lá longe pela janela e deixava os filhos curiosos, debruçados no parapeito, enquanto trazia os presentes.O nome de batismo, Fileto Borges de Barros, em nada agradava o menino religioso nascido em Corumbá (MS) e formado em um colégio de padres -"uma espécie de coroinha", que chegou a dar aulas de catecismo às outras crianças.Após a morte do pai, a mãe veio com os cinco filhos para São Paulo. Barros foi estudar no liceu do Instituto de Ciências e Letras e trabalhar em uma fábrica de bonés. Ganhava uma miséria, mas era um garoto na cidade grande.Até que a moda do rádio pegou, sua voz se destacou entre as apresentações radiofônicas no liceu e ele acabou indicado para umas tais gravações -e um belo dia chegou em casa com o primeiro salário, uma verdadeira fortuna comparada ao que ganhava na fábrica. "Na nossa família ninguém ganha sem trabalhar, todo mundo é honesto", disse a mãe, assustada. Mas ela logo se acostumaria -se não com a fortuna, que nunca veio, ao menos com o sucesso na TV.Já no início dos anos 1940, Barros foi locutor de radionovelas. A voz que "era seu maior patrimônio" lhe garantiu também pontas de dublagem em novelas em filmes -"muitos atores não tinham voz para isso", dizia.Era dele o grito do "Tarzan" brasileiro, dos personagens Leôncio e Zeca Urubu no desenho "Pica-Pau", do Moe, de "Os Três Patetas", do Capitão Lord de "Titanic", do Pingüim da versão dos anos 60 de "Batman" -e de tantos outros heróis e vilões de cinema e TV. Foi até reconhecido por Jonathan Harris como o seu melhor dublador de Dr. Smith no seriado "Perdidos no Espaço". Mas ele era mais que uma bela voz. Seu humor seria logo reconhecido, quando atuou com Dercy Golçalves e Grande Othelo em "Se Meu Dólar Falasse". A partir daí, virou comediante de fato. Convidado por Manoel da Nóbrega, foi fazer na "Praça da Alegria" o mendigo milionário que se dizia amigo de políticos e celebridades e que o deixaria famoso por seu bordão "meu caro colega". O mesmo mendigo que levaria para "A Praça É Nossa", do filho de Manoel, Carlos Alberto da Nóbrega. Viveu na "Praça" décadas a fio. Sua última aparição foi exatamente no Natal do ano passado, quando foi um dos homenageados por Carlos Alberto da Nóbrega. Só ficava triste quando não tinha trabalho. "Vida de artista não é fácil", dizia. Mas, sempre que a situação apertava, lá ia ele com a sua voz fazer "bicos" em comerciais e novelas. Porque, como costumava frisar, "o artista era um escravo que trabalhava por amor à senzala".Mas nos últimos anos a visão piorou, e ele não mais enxergava as legendas dos filmes para dublagem. E estava doente. Sentado no aparelho de hemodiálise, em longas conversas com o filho, ele percebeu que tinha, há muito tempo, perdido a conta das mil vozes que deixara gravadas em seus mais de 60 anos de carreira. Morreu no dia 12 aos 84 anos, em São Paulo, de parada cardíaca, durante uma sessão de hemodiálise. Tinha dois filhos e três netos.
21 dezembro 2007
15 dezembro 2007
14 dezembro 2007
novo hóspede
13 dezembro 2007
bela visita
25 novembro 2007
reminiscências - road movies
Imprensa, blogs e a guerra da informação
20 novembro 2007
princípos essencias
13 novembro 2007
Batismo
Até quando?
Era uma vez...
blue...
enigma do peregrino
Caminhante, são teus rastos
India
Quatro cadáveres queimam lentamente às margens do rio Ganges em Varanasi, a mais sagrada das cidades hindus. Abastecidas com madeira de sândalo, as fogueiras exalam um cheiro esquisito. Algo como incenso misturado a carne abrasada. Vestidos de branco, a cor do luto, familiares reúnem-se em volta de seus mortos. Não há lágrimas, muito menos desespero. Apenas uma relaxada expressão de desapego.Crianças, atrás de uma pipa, cruzam subitamente o crematório. Quase colidem com dois homens que, através da fumaça, descem em direção às fogueiras com mais um corpo sobre os ombros. Ambos são dalits, pessoas pertencentes à mais baixa casta da sociedade hindu, a quem se reserva os trabalhos insalubres (carregar defuntos é o mais leve deles) do dia-a-dia. "Enquanto os cremados vão para o céu, esses homens não precisam morrer para chegar ao inferno. Já vivem nele", diz, com certo sarcasmo, Prem Chaudhary, um indiano que se diz sacerdote brahmin, a mais alta casta hinduísta. A crença inabalável na eternidade da alma, na transitoriedade da vida, no fogo purificador que substitui lágrimas -e de que a condição terrena de cada um é fruto das ações cometidas em existências passadas- faz de uma cremação hindu uma grande maneira de se começar a entender a fé na Índia. Terra, paraíso e trevas parecem dividir uma só paisagem neste país que abriga pelo menos cinco fortes religiões, cada qual a exercer grande influência em seus devotos. Hinduísmo, islamismo, budismo, siquismo, cristianismo. Das turbas de miseráveis à abastada classe alta, a maioria dos indianos faz de uma dessas crenças o seu modo de vida e seu conforto pós-morte.Babel religiosaNa Índia, respira-se o incenso dos templos hindus, ouvem-se os versos do Alcorão, admira-se a beleza dourada dos templos siques, viaja-se ao som plácido dos mantras budistas. Tudo entremeado pela agressividade do caos terreno -feito de multidões, fumaça, barulho e estrume de vaca- e pela feiúra da pobreza afrontada em cada esquina.Os hindus (eles representam 82% da população indiana) acreditam em um complexo panteão de deidades que inclui ratos, falos e yogis de pele violeta. Os muçulmanos seguem sua rígida fé monoteísta em Allah. Monges budistas mantêm as cabeças raspadas como símbolo da austeridade de sua religião. Pelo mesmo motivo, siques cultivam longas barbas e melenas. A convivência entre tantas crenças é perigosamente próxima e já gerou conflitos sangrentos no subcontinente. Fanáticos hindus destruíram, em 1992, uma mesquita na cidade de Ayodhya por acreditar que ali era o local do nascimento de Rama, uma encarnação do deus Vishnu. Em 1984, os guarda-costas siques da então primeira-ministra Indira Gandhi, de família hindu, a assassinaram. O motivo: alguns dias antes, na caça a um grupo separatista, ela mandara bombardear o Harmandir Sahib, o mais sacro dos templos do siquismo. Nada, porém, superou a guerra civil causada, em 1947, pela criação do Paquistão a partir de um vasto território indiano: a partição colocou hindus, siques e muçulmanos uns contra os outros e causou a morte de aproximadamente 500 mil pessoas.O conflito ainda suscita mágoas: "Os muçulmanos são os responsáveis pela divisão do nosso país. Não os perdôo por isso. A Índia não é deles", diz o estudante hindu Praveen Patel. O islã dominou o norte da Índia entre os séculos 12 e 18 (hoje, 12% da população local segue as leis do Alcorão) e ali enraizou sua fé em um esplendoroso conjunto arquitetônico -o Taj Mahal, uma das Sete Maravilhas do Mundo, é exemplo disso. Na capital, Déli, Patel e seus companheiros hindus encontram-se cercados por suntuosas mesquitas e mausoléus de antigos imperadores maometanos. A ouvidos leigos, o hindi (língua oficial entre hinduístas) se confunde com o urdu (idioma da maioria dos indianos muçulmanos). Muitos dizem que da fusão dessas duas crenças nasceu o siquismo, fundado no século 15 e que hoje abarca 1,9% da população indiana. Devoto da religião, o jovem Gurprit Singh discorda. "Quando foi criado, o siquismo rejeitava o sistema de castas hindu e adotava apenas um Deus para se venerar. Mas nossa fé tem um sistema próprio. Não vem nem do hinduísmo nem do islã."
Barba, turbante, bracelete de aço e sabre preso ao corpo são elementos do siquismo A fé dos siques está baseada nos ensinamentos do guru Nanak Dev (fundador da religião) -e de outros nove gurus que o sucederam- e dá a seus seguidores homens uma aparência toda peculiar: imponentes turbantes na cabeça, longas barbas, um bracelete de aço (que simboliza destemor) e um sabre preso ao corpo. Eles também adotam um sobrenome em comum: Singh, que significa "leão". Na Gurdwara Bangla Sahib, o maior templo sique de Déli, homens e mulheres ajoelham-se ao redor do enorme trono de ouro que guarda o livro sagrado do siquismo, o Guru Granth Sahib. Três barbudos vestidos de branco tocam e cantam músicas orientais. Ao contrário do hinduísmo, ninguém pede dinheiro aos visitantes. A exemplo do islamismo, não há veneração a imagens. Apenas as fotos dos dez gurus estampadas nas paredes da gurdwara. Comida é distribuída aos fiéis. No lado de fora, à sombra de três cúpulas de ouro, que se refletem em um enorme tanque-d'água, crianças brincam, adultos oram. Um clima de paz que se completa pela música a Deus que emana de grandes alto-falantes. Geografia da féOs siques representam uma classe próspera no país. O Estado que concentra o maior número de devotos da religião, o Punjab, é um dos mais ricos da Índia. O atual primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, é sique. Já o Estado dono de uma esmagadora maioria muçulmana encontra-se há 60 anos sob troca de tiros. Trata-se da Caxemira que, por sua população islâmica, é reclamada pelo Paquistão desde a partição de 1947. A contenda já gerou conflitos armados entre os dois países. Dentro da mesquista Hazratbal, na cidade de Srinagar, fiéis realizam sua salah (as cinco orações que os muçulmanos devem fazer diariamente) ao lado de soldados indianos com fuzis nas mãos. Srinagar é uma urbe exótica e perigosa. Banhada por lagos de onde brotam flores de lótus na primavera, as montanhas do Himalaia ao fundo, a cidade convive com barricadas militares e soldados mal-encarados. E os caxemiris, no meio dessa disputa territorial, dizem que gostariam mesmo é de ter seu próprio país. A Índia acusa o governo paquistanês de incitar este sentimento separatista e armar os terroristas que, vez ou outra, fazem explodir bombas por aqui. Afinal, uma Caxemira independente seria mais dócil ao islâmico Paquistão que aos indianos. Srinagar, porém, ostenta sua ilha hindu: um templo localizado no alto da colina Shankaracharya, permanentemente cercado por um grande contingente de soldados. Antes de subir, o visitante é revistado. "É necessário. Alguns terroristas muçulmanos adorariam arrebentar isso aqui", diz Mohamed Rafiq, morador da cidade. Lá em cima, em uma apertada construção, um jovem hindu, de aparência ébria, guarda a principal imagem do templo: o lingam, uma escultura de pedra de formato fálico que representa Shiva. Rafiq, que é muçulmano, olha a deidade e dispara: "Esses hindus são loucos mesmo". Cristo e BudaNo retrovisor do carro de Lazar Pati, que cruza à alta velocidade o deserto do Rajastão, uma imagem de Jesus Cristo. Nesta terra de vacas sagradas, mulheres de sari e homens de turbante, estranho é ver alguém que faça o sinal da cruz para se benzer. Mas Lazar é cristão mesmo. E faz parte de uma fé expressiva na Índia, que abrange 2,3% da população. "Não gosto dessa coisa de adorar ratos ou deuses estranhos", diz ele, com cara de nojo. "Prefiro ficar com os ensinamentos da Bíblia."No Estado de Goa, sudoeste do país, é que se vê a força da presença cristã no subcontinente. Antiga colônia portuguesa, Goa é cravado de igrejas cuja arquitetura lembra muito a encontrada em cidades históricas do Brasil. Em uma delas, a Basílica do Bom Jesus, repousa o corpo de São Francisco Xavier, que chegou à Índia no século 16 para catequizar o povo local.E, se Cristo não chegou a estar pessoalmente em sua terra, a mística Índia deu origem a outro grande messias da história: Siddhartha Gautama, o Buda. Nascido no que é hoje território do Nepal, ele atingiu sua iluminação na cidade indiana de Bodhgaya e pregou as primeiras diretrizes do budismo na região de Varanasi. No local, chamado Sarnath, monges se encontram periodicamente para realizar orações e louvar seu grande líder. Esse vínculo umbilical com o budismo fez a Índia tornar-se o exílio de milhares de tibetanos -inclusive o Dalai Lama- que deixaram seu país após a invasão chinesa, em 1950. Siddharta Gautama é venerado, pelos hindus, como uma encarnação do deus Vishnu. Mas, em vida, ele era outro que criticava o sistema de castas e a enorme legião de deidades hinduístas. "Deus é o mesmo"Sentado na beira do rio Ganges, o asceta Ravipudi observa as cremações. Cabelos dreadlocks, grande barba e a testa pintada, ele não tem propriedades, não possui trabalho, não faz sexo. Vive de esmolas e passa a vida a meditar, a rezar e a estudar textos religiosos (principalmente os hinduístas). Seu objetivo é desprender-se dos prazeres mundanos, transcender à condição humana e, com isso, atingir moksha (libertação do ciclo de reencarnações que prende os homens aos sofrimentos da Terra). Para um homem que entrega sua vida de modo tão radical a Deus, Ravipudi tem uma opinião que, de tão tolerante, surpreende. "O Deus que cada religião cultua é o mesmo. Não importa se é Shiva ou Alá. As pessoas só oram de maneira diferente. O que importa são os benefícios que essas crenças traz a cada um." E, de fato, todas essas religiões que convivem lado a lado na Índia, que de vez em quando se engalfinham em sangrentas brigas, ostentam afinidades impressionantes. Estudiosos gostam de ressaltar a semelhança entre os nomes Cristo e Krishna (principal personagem do Bhagavad Gita) e fatos em comum na vida dos dois personagens. Ambos são protagonistas de livros sagrados de suas religiões, tinham sangue nobre e fizeram milagres em vida. Os siques, apesar de discordar do sistema de castas, acreditam, como os hindus, em carma e reencarnação. Por sua vez, os muçulmanos vêem Jesus Cristo como um dos grandes profetas de Alá. E os monges budistas, a exemplo dos ascetas hindus, renunciam aos prazeres terrenos com o objetivo de atingir a libertação do ciclo de reencarnações.Ravipudi, por sua vez, quando morrer, não precisará ser cremado. A vida de privações já realiza o trabalho de purificação da alma que seria atribuído ao fogo. Seu corpo será jogado intacto no rio Ganges. Uma prática estranha. Mas que, na mística terra indiana, é apenas uma das muitas maneiras se ir ao encontro de Deus.
Estréia (ainda que (muito) tardia)
03 novembro 2007
2 anos (atrasado) !!
Dia dos Mortos
26 outubro 2007
o fim?
{verbete}
Datação1539 CDP IV 80
Acepções
■ substantivo feminino
1 ato ou efeito de extinguir(-se)
2 Rubrica: ecologia. desaparecimento definitivo de uma espécie de ser vivo
3 Rubrica: óptica. m.q. absorvância
Etimologia
lat. exstinctìo,ónis 'falecimento, morte, extinção', do rad. de exstinctum, supn. de exstinguo,is,xi,ctum,guère 'apagar, extinguir, aplacar, abrandar, destruir, abolir, aniquilar; dessecar, esgotar'; ver -stinção e -sting-; f.hist. 1539 ystinçam, 1540 extinçam, 1553 extinção, 1789 extincção.
Palavra tenebrosa que nos remete a um dilema dos tempos atuais. O homem, com sua ganância ou nocividade brinca com o eterno. São espécies animais, vegetais ou minerais agonizando sem piedade de quem delas abusa. Matando e explorando.
Hoje a Débora salvou um passarinho indefeso da boca de uma de nossas gatas. Se não o fizesse, seria seu divertimento alimentar. Divertimento por que come ração todo dia sem precisar da caça. Mas nesse caso a caça é pelo menos instintiva e não predadora.
Fico estarrecido com notícias de todas as partes do mundo e do Brasil. O quê fazer?
Existem as ongs presevarcionistas mas muitas delas, apenas entidades caça-níqueis sob uma fachada politicamente correta. É realmente...um enorme e crucial dilema.
á(b)gua
25 outubro 2007
Quanto mais se conhece o ser humano...
08 outubro 2007
Sobre o Dia da Criança
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Olha o Zé aí gente !!!
06 outubro 2007
Queimada
01 outubro 2007
Mala tempora currunt
Por Mino Carta
Leio, fascinado, um artigo de João Mellão na página 2 de O Estado de S.Paulo de hoje. Orgulha-se de pertencer a uma elite, esclarece que elite significa a nata em cada setor da sociedade, nega, não sem veemência, a dicotomia bom povo-elite má, forjada pela obsessão esquerdista. E assim por diante. Quero deixar claro que este post não é resposta, apenas uma oportunidade para meditar. Pensamentos esparsos, sem maiores propósitos de revelar a verdade. Por exemplo. Aceito o pensamento de João Mellão, e reconheço a presença de uma elite do futebol. Na qual milita o ex-presidente do Corinthians, Alberto Dualib.Não seria elite que manda no seu rincão, graúdo ou miúdo? E este Brasil, grande, notavelmente dotado pela natureza, vocacionado para ser bem sucedido, não deve à sua elite o fato de estar tão mal das pernas? Ou por que entregaram o ouro ao bandido, ou por que eles próprios, os componentes da elite, cuidaram da bandidagem.Os povos são todos iguais, o que mudam são as circunstâncias. As nossas foram criadas por quem? Pelos predadores iniciais e, ao surgir a oportunidade, pelos predadores nativos.E o povo, que tem a ver com isso? Os indígenas foram sistematicamente enganados e dizimados. Não eram tão bons de trabalho, e então vieram os africanos, imigrados, digamos assim, debaixo do sibilar do chicote, e os sinais da escravidão ainda estão presentes. Hoje a maioria é mestiça, e este é o povo brasileiro. Que esperar dele? Que faça por conta própria a revolução?A elite nativa sempre apostou na cordura e na resignação do povo. Sergio Buarque de Hollanda chamava-a, ironicamente, de cordialidade. João Mellão, aplicado representante da elite paulistana em outros tempos definida como quatrocentona, rejeita a dicotomia elite-povo. Difícil escapar a ela, impossível mesmo, sobretudo em um país como o Brasil, tão desigual, um dos mais desiguais do mundo, seus rivais são Nigéria, Serra Leoa, e outros do mesmo porte.Quando da Revolução Francesa, inequivocamente burguesa, incumbiram-se os burgueses de empurrar o povo à Tomada da Bastilha. Os insufladores e organizadores da revolta, pela qual hoje ninguém se queixa, estavam fartos (cansados?) de sofrer as conseqüências da prepotência aristocrática e eclesiástica. Na França dos fins de 1700 os iluministas eram farol nas trevas, mas o país vivia no caos. Falta de autoridade de um lado, miséria e criminalidade do outro. Os nossos burguesotes provincianos estão cansados da miséria e d criminalidade, na qualidade de manifestações populares, e apavorados pela possibilidade de que o povo comece a dar o ar de sua graça. Os burgueses daquela França eram, no mínimo, mais espertos.Alguma mudança está no ar, e é isso que agita a chamada elite à qual Mellão orgulha-se de pertencer. Lula é o primeiro sintoma da mudança. Não estou a analisar o governo atual, de muitos pontos de vista me decepciona, mas o que me parece enxergar transcende a decepção. As vitórias de Lula em 2002 e 2006 me dizem que algo mudou. O povo não se incomoda se o seu candidato está de gravata e terno escuro, formou-se em alguma faculdade e sabe mais de um idioma, e a mídia perde seu tempo na tentativa de propor o tipo perfeito. A mídia, instrumento afiado a serviço da elite, não chega mais.Mala tempora currunt, diria meu pai, Giannino. Para a elite. A qual, além do mais, não sei que características haveria de ter em um país onde apenas 5 por cento da população ganha de 800 reais mensais para cima. Enquanto 0,01 por cento são nababos, andam de helicóptero e Ferrari, moram em castelos, exibem-se o tempo inteiro nas colunas sociais e escondem-se em suas vivendas cercadas por muralhas mais compactas do que as da Roma imperial.O povo não costuma ser bom por natureza. Pelo contrário, a miséria e a indigência são caldo de cultura da ignorância, da violência, da criminalidade. Tais as condições do povo, tão humilhado e espezinhado a ponto de se contentar com o auxilio familiar de escassos reais distribuído pelo governo Lula. Já se definiu a plebe como rude e ignara. De verdade, a definição cabe à perfeição para qualificar a elite brasileira. Quem se orgulha de fazer parte dela, deveria dar-se ao respeito.
19 setembro 2007
Querida mãe...
15 setembro 2007
o dinheiro não traz felicidade...
13 setembro 2007
07 setembro 2007
29 agosto 2007
Refazendo
27 agosto 2007
Paraíso Tropical
Pois é, penso ser exatamente esta a grande vingança em torno de tais elites. A grande armadilha em contagem regressiva que julgavam estar imunes, vivendo encasteladas indiferentemente à falência de Brasil mais justo e próspero socialmente. E menos mesquinho.
Isto torna ainda mais escandalosa (e cara-de-pau) a inciativa dos fundadores (e seguidores) do movimento Cansei. Como se a realidade que gera indignação de seus idealizadores e defensores fosse algo que tivesse surgido sem a legítima participação destes no estado de coisas em que se tornou o Brasil. É quase um Teatro do Absurdo onde atores e platéia parecem não se dar conta do ridículo que tal encenação provoca aos mais atentos à história do Brasil dos últimos 40 anos. Onde paraíso tropical passou a ser metáfora para um Brasil como nação do futuro - mas somente aos bem "colocados". Eis aí a grande piada. Não percam os próximos capítulos. Quem viver, verá.
23 agosto 2007
nocaute coletivo
A ponte do canto das águas
15 agosto 2007
O bichou pegou aqui!
Felizamente o fogo foi controlado sem que chegasse ao bambuzal, o que poderia causar muito mais danos à vegetação e ameaçar nossa casa.
bela mas...
12 agosto 2007
Caros Amigos
D. Ursula, de mente aberta e valores nobres, sempre tem uma palavra amiga ou gesto carinhoso. Seja na elaboração de seus bolos europeus ou nos ofertando mudas ou frutas. Se já havia uma afetividade muito grande deles para com o André, com o João Pedro este carinho só se multiplicou. Tratou, logo que ele nasceu, de nos emprestar um livro em inglês de exercícios fisicos para bebês e crianças como que atenta para sua evolução e crescimento.
O "seu" Marco então é um personagem à parte. Um homem de coração incrível e uma capacidade de criar soluções fantásticas. Mecânico naval e de aviação, este polonês completa com muitas habilidades, as qualidades deste adorável casal. Tudo que o faz é engenhoso, original e eficiente. Fruto do trabalho executado numa oficina muito bem cuidada e bem equipada, localizada no sítio que ele zela com o carinho como se fora para um filho.
Eu às vezes digo que ele parece um misto de McGaiver com prof. Ludovico - aquele personagem inventor dos gibis de Walt Disney. Ele entende de tudo: elétrica, hidráulica, mecânica. Além do conhecimento técnico, possui uma enorme experiência conquistada ao longo das 7 décadas e mais um pouco, com que caminha por esta vida.
Infelizmente é desejo deles partir daqui e começar uma nova vida em solo baiano. Querem deixar os desafios da mata na serra e encarar uma nova empreitada vivendo próximo a uma das irmãs (a outra mora na Suiça) de D. Ursula que mora na praia do Forte, ao norte de Salvador. Aqui em casa somos divididos a cerca de tais planos. Se por um lado torcemos para que eles realizem este desejo, por outro sabemos o tamanho do prejuízo que suas ausências nos trará. Enquanto este dia não chega, seguimos tendo o prazer de cultivar esta bela amizade.
Dia dos Pais
Onde quer que estejam segue daqui meu beijo e gratidão por ocasião do dias dos pais. Agradeço o carinho, proteção e dedicação que recebi dos dois. Que Deus ilumine suas almas hoje e sempre.
07 agosto 2007
Apagão do Blog
30 julho 2007
O fim da sétima arte
Atenuando minha angústia
Cansei das elites
Curiosamente o movimento não reune nenhuma representatividade das camadas mais baixas da população brasileira. Por outro lado, algumas entidades empresariais (veja lista abaixo) bancam o movimento, sendo que a mais cara-de-pau (além de mau agradecida) é a Febraban, pois durante o governo Lula, os bancos estouraram seus records de faturamento. Acho incrível que nunca tais entidades tenham se indignado com a situação do povo brasileiro, onde o slogan poderia ser "Cansei de Colaborar com Isso". João Dória está mais uma vez querendo aparecer. Organizou alguns dos jantares de arrecadação de fundos de campanha para Geraldo Alckimin. Ele promove eventos luxuosos (com grifes internacionais de consumo) no Guarujá e em Campos do Jordão, além de uma passeata de cachorros de madame na cidade serrana. Será que não haveria algo mais útil em prol da sociedade e dos direitos do povo brasileiro no lugar desta passeata canina? (com todo respeito a estes últimos)
Entidades que apoiam o movimento:
OAB-SP
ABERT (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e TV)
ABRAPHE (Associação Brasileira dos Pilotos de Helicóptero)
Associação Comercial de São Paulo
ADVBA
ESCON-SPCJE
FIESPCREA
Conaje
Conselho Regional de Medicina
FEBRABAN
FIESP
FIESP - Jovens Líderes
Fundação PIO XII
Grupo de Mídia
Grupo de Jovens da Associação Comercial
Instituto de Estudos Empresariais - IEE
JLIDE
LIDE
LIDEM
SESCON-SP
29 julho 2007
25 julho 2007
Lula e o Brasil
24 julho 2007
Pan
20 julho 2007
vidas ceifadas
mais um (ou menos)
19 julho 2007
saudades da velha Varig
hóspede passageiro
Hoje tentamos fazê-lo voar, já que desde o primeiro dia notamos uma marca em uma das asas, quando até colocamos iodo como medida em caso de um possível ferimento. Não dava pra saber do que se tratava, mas acho que podia até ser uma dessas cirurgias que fazem para impedir que o pássaro voe. Coisas do homem e suas agressões na natureza.
Família: Cotingidae Espécie: Pyroderus scutatus Ameaçado de extinção
Comprimento: macho 46 cm; fêmea 39 cm. Presente localmente da Bahia ao Rio Grande do Sul e, para oeste, até Goiás e Brasília. No Sudeste, contudo, suas populações encontram-se muito reduzidas, devido aos desmatamentos. Encontrado localmente também em montanhas da Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Paraguai e Argentina. É uma espécie rara. Habita o interior e as bordas de florestas altas, especialmente em regiões montanhosas.
Vive solitário, mas durante o período reprodutivo reúne-se em grupos de até 10 indivíduos, havendo exibição do papo e vocalizações. Faz ninho em formato de uma pequena e frágil plataforma de gravetos. Põe 2 ovos amarelados com manchas marrom-avermelhadas. Macho e fêmea diferem sobretudo em tamanho. Conhecido também como pavão-do-mato.
18 julho 2007
São Paulo 17 de julho de 2007
15 julho 2007
que delícia...
Os Mutantes no New York Times
14 julho 2007
ACM
11 julho 2007
rock brasileiro
Estive em várias ocasiões na casa de Mário Thompson, nas famosas tertulhas Bem Te Vi. Mas se eu pudesse, seria muito melhor poder voltar o relógio do tempo e dar de cara (e ouvidos) com os shows que aconteciam durante a década de 70.
09 julho 2007
04 julho 2007
reflexões...
Na arte, não é muito menos. A grana fala mais alto que a qualidade. O importante é estar bem "colocado". Não há mais o cinema "de arte". O orçamento de divulgação dos filmes é quase a metade do orçamento geral das produções. A música, aff, só porcaria. Salvam-se muito poucos na aldeia global.
Pode ser meus 50 anos sinalizando um cara ranzinza, mas que tá um porre, ah isso tá mesmo.