13 novembro 2007

blue...


Hoje foi mais um dia daqueles. Chuva lá fora, tristeza aqui dentro. Revendo no computador inúmeras fotos de várias épocas, impossível não sentir aquele gosto amargo que a recente realidade está tratando de sentenciar. Uma nova e totalmente indesejável realidade.

Até quando ficaremos vivendo por aqui?

Simplesmente não consigo me imaginar noutro lugar e isto pode ser uma questão de semanas, quem sabe meses. Mas a perspectiva deste fim de trilha é assustadora. Uma ameaça de derrota a mais um sonho. Sonho este que corre o risco de ser carregado pelas curvas do rio que por aqui passa.

Uma trilha sonora silenciosa tratava de entoar sua melodia multitonal nos labirintos da minha cabeça. Poderia ser um blues na voz de Billie Holiday ou um solo de trumpete melancólico executado por Chet baker. A palavra "blue" em inglês é tão intraduzível quanto "saudade" em português. E ambas remetem a alma a um sentimento de extrema angústia . Ambas motivando um estado de aperto no peito como um nó que não desata.
Um abismo se precipita com consequências inimagináveis. Teremos que reunir forças para administrar algo que jamais julgávamos possível de que nos ocorresse. Mas será mesmo? O que será que será ? Será que neste interlúdio não haverá mesmo uma solução que contemple nosso mais profundo desejo - que é o de aqui permanecer?
Mesmo com os problemas inerentes que nos cercam por vivermos no meio do mato, ainda sim preferimos estes a termos que mudar tudo de novo. E ter de recomeçar do zero nossas trajetórias de vida.

João Pedro mal pode imaginar o quanto tenho que representar e sorrir para ele, que alheio ao que acontece à sua volta, apenas exercita sua ingenuidade de criança na aurora de sua vida.

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