19 julho 2007

hóspede passageiro

Hoje chegou ao fim a "estadia" de um hóspede inusitado entre nós. Durante 4 dias cuidamos de um pássaro que encontrei no chão numa volta que dei pelo sítio. De porte médio (cerca de 40 cm), todo preto e com uma linda penugem vermelha em seu peito, notei que o pássaro não conseguia voar e tratei de pegá-lo para ver o que podíamos fazer por ele. Fui até um viveiro que fica no vilarejo especializado em aves exóticas (que não quis ficar com ele, talvez por medo de ser uma ave nativa), mas a veterinária não conseguiu descobrir que tipo de pássaro era. Saí de lá com um pouco de ração e um tanto frustrado. Aliás, não só ela como ninguém a quem o mostrei sabia que pássaro era.
Ele ficou com a ração e água num dos banheiros de casa, dentro box, na (nossa) esperança de que pudesse enfim voar livre novamente.
Pesquisei na internet, mas não conseguia encontrar (principalmente por não conhecer sua classificação científica) o nome popular ou origem do nosso hóspede.
Hoje tentamos fazê-lo voar, já que desde o primeiro dia notamos uma marca em uma das asas, quando até colocamos iodo como medida em caso de um possível ferimento. Não dava pra saber do que se tratava, mas acho que podia até ser uma dessas cirurgias que fazem para impedir que o pássaro voe. Coisas do homem e suas agressões na natureza.
Assim que o colocamos fora da casa, ele logo demonstrou que não conseguiria voar. Foi então que resolvi levá-lo ao posto da polícia ambiental para que dessem um destino ao pobre pássaro. Depois, entrando em contato com o Zooparque de Itatiba, descobri que se tratava de um Pavó, talvez o que chamam por aqui popularmente de pavãozinho. É considerado um pássaro em extinção, principalmente na região sudoeste do Brasil.

Família: Cotingidae Espécie: Pyroderus scutatus Ameaçado de extinção

Comprimento: macho 46 cm; fêmea 39 cm. Presente localmente da Bahia ao Rio Grande do Sul e, para oeste, até Goiás e Brasília. No Sudeste, contudo, suas populações encontram-se muito reduzidas, devido aos desmatamentos. Encontrado localmente também em montanhas da Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Paraguai e Argentina. É uma espécie rara. Habita o interior e as bordas de florestas altas, especialmente em regiões montanhosas.
Vive solitário, mas durante o período reprodutivo reúne-se em grupos de até 10 indivíduos, havendo exibição do papo e vocalizações. Faz ninho em formato de uma pequena e frágil plataforma de gravetos. Põe 2 ovos amarelados com manchas marrom-avermelhadas. Macho e fêmea diferem sobretudo em tamanho. Conhecido também como pavão-do-mato.

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