19 janeiro 2008

o "day after"

Não foi nada fácil a tarefa que estava à minha espera hoje. Pela manhã, após um telefonema com o veterinário, fora descartada a hipótese de uma autópsia no Toby. Fato que apenas acentuou nossa angústia, pois nunca saberemos de fato o causou a morte dele. A mais cogitada seria a possibilidade de um feito avassalador de uma picada ou mordida de bicho peçonhento. Será? Recentemente o Toby, seguramente o menos vulnerável a doenças de nossos então 8 cães, havia adquirido um problema entre os dedos da pata esquerda dianteira. Como uma ferida. Mancava de dar dó com a patinha dobrada. Como de costume, cuidamos prontamente de tratá-lo, chamando o veterinário e medicando-o. Já curado, ele não voltara a se alimentar como antes do problema surgir. Mas sempre achamos que seria uma questão de tempo. Sua doença surgiu quase simultaneamente ao de um outro em um de nossos gatos, a Chiquinha. Quebrando uma rotina onde há muito não ocorriam problemas com nossos bichos. Mas no caso dela (tanto quanto o dele, supomos) o pior já tinha passado.
Nas últimas horas fomos tomados por um turbilhão arrebatador de pensamentos, sentimentos, lembranças, e por que não dizer, remorsos, auto-cobranças. Quando acontece assim de repente, como com as pessoas, você sempre se "arrepende" por, quem sabe, não ter feito mais por aquele ser. Desde que construímos o canil, praticamente perdemos o hábito de sair pelo sítio com os cães. O mato alto também nos desestimulava ante o perigos de animais silvestres e peçonhentos. Também as tarefas do dia a dia, acabam tornando os cuidados diários com os bichos uma coisa meio automática. Por isso é realmente muito triste a dor desta saudade.
Enfim acabamos escolhendo um local muito especial para ele. Próximo à estátua de um Buda que está neste lugar há cerca de 50 anos. Ferramentas na mão, lá fui eu, e depois em companhia da Débora e do João Pedro (que evidentemente nada percebia, pois colocamos o Toby embalado em dois sacos plásticos pretos), fazer nosso último ato de carinho com o Toby. Feita a cova demos nosso último adeus, na presença solene do Jimi (um dos filhos de Toby com a Inga). Depois ornamos com pedras em sua volta e a Dé colocou um pequeno arranjo de flores silvestres amarelinhas.
E é neste cantinho que Toby terá seu novo lar. Sob as bênçãos dos deuses e da natureza ao seu redor.

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