14 outubro 2006

Imprensa e Blogs III


Hoje o foco é o Blog do Tas (que se auto define como operário da comunicação, mas na verdade é tipo um x-tudo: jornalista, reporter, apresentador, ator e (pasmem!) garoto-propaganda) e a matéria de capa da Carta Capital aqui comentada. Nela a revista aponta como "a mídia, em especial a Rede Globo, omitiu informações cruciais na divulgação do dossiê e contribuiu para levar a disputa (presidencial) ao segundo turno". São inúmeras perguntas não respondidas sobre a operação, e muitos os fatos relevantes a que a emissora e também os jornais Folha e Estadão tiveram acesso, mas preferiram não levar a seus leitores.Entre elas, a decisão da mídia de acobertar a ação do delegado da PF, Edmilson Pereira Bruno, que reuniu quatro repórteres, às vésperas da eleição, para divulgar as fotos do dinheiro apreendido com os petistas e atribuir o vazamento das imagens a um falso roubo. A conversa foi gravada. Na ocasião, diz a revista, Bruno ainda fez questão de ressaltar: "Tem de sair hoje à noite na tevê. Tem de sair no Jornal Nacional". Os jornalistas – citados nominalmente na reportagem – levam as imagens às redações, onde as chefias aceitam publicá-las e, mais ainda, corroborar a falsa versão combinada com o delegado, com matérias construídas na pura e completa fantasia.Afirma a Carta Capital: "No texto, assinado pela repórter do jornal que recebeu as fotos de Bruno pela manhã, se diz: 'O delegado Bruno disse, ontem, em coletiva à imprensa, que o CD com as fotos havia sido furtado de sua sala, na PF – e que ele estava sendo injustamente acusado de ter repasso o material aos jornalistas.' Pergunta-se: qual é o sentido de publicar uma informação que a jornalista sabia que é evidentemente mentirosa e, no caso, ainda ajudava o policial a tentar enganhar a própria imprensa?"No Estadão, deu-se o mesmo. "O Estado de S.Paulo publica a mesma foto, das notas em posição de sentido. E com um texto, assinado por Fausto Macedo e Paulo Baraldi, ainda mais incrível, também para dizer o mínimo. O texto é praticamente uma diatribe contra o PT e em defesa de José Serra. (...) É também uma espécie de defesa do delegado Bruno, em favor do qual são ditas algumas mentiras."Há outras questões levantadas pela Carta Capital. Por exemplo: por que a Rede Globo produziu e editou uma reportagem sobre o empresário Abel Pereira, ligado a Barjas Negri, secretário de Serra no Ministério da Saúde e também ex-titular da pasta, mas optou por não levá-la ao ar? Ou, no primeiro lance dessa operação, no dia 15 de setembro, quem avisou as equipes de tevê da campanha de Alckmin e de Serra, as primeiras, seguidas da perua da Rede Globo, a chegar ao prédio da PF, em São Paulo, onde estavam detidos Valdebran Padilha e Gedimar Passos? Segundo a revista, Luiz Gonzales, um dos sócios da GW, produtora de marketing político, a serviço da campanha tucana, avisou à Globo. Mas quem avisou a ele? Fontes informaram à Carta Capital que a GW chegou à PF antes mesmo dos presos. É importante conferir.
Ainda que humildemente (dado o pequeno número de visitas se comparado com blogs mais conhecidos) uma das tarefas deste blog passou a ser minha forma de resistência nestes dias que antecedem o dia da votação no segundo turno da eleições para presidente. Já que blogs como o do Marcelo Tas parecem ver defeitos e erros somente no candidato Lula, tranformando o Alckimin de tucano em pavão. Abaixo você pode acessar link que recomendo para acompanhamento de notícias e fatos pró-Lula candidato:

http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/

2 comentários:

Kelly® disse...

admiro sua decisão em esclarecer as mentiras. não suporto o alckimin e menos ainda essa exaltação a ele, como se o cara fosse corrigir "os 4 últimos e piores anos da história do brasil". mas infelizmente, por mais que me sobre um pouco de simpatia pelo lula, meu voto é nulo. hoje eu tenho duas imagens dele e não sei qual delas é a verdadeira ou mesmo a menos pior. pra mim, em toda essa historia do pt, ou ele foi um bobo ou um conivente.

mas, sem duvida nenhuma, o maior erro dele foi, e continua sendo, essa busca por alianças que pisa em cima do seu proprio passado e fere tb a esperança que eu tinha na pessoa dele.

Afonso, Débora, André & João Pedro Family disse...

Compreendo sua agonia e não tiro sua razão. Infelizmente no Brasil - com a fragilidade das estruturas partidárias - essa coisa de aliança permanecerá por um bom tempo. O mais curioso é que o Lula acabou sendo alvo de críticas de todos os lados. Há inclusive na minha opinião um grau de arrogância e hipocrisia nos que acusam a continuidade de sua política econômica em relação ao governo anterior. Ora, mas não foi justamente o MEDO de medidas consideradas radicais (a Argentina só pode se dar ao luxo de crescer nos atuais níveis por simplesmente ter recorrido à moratória) que fizeram vários personagens (de Mário Amato da Fiesp a Regina Duarte) declarar preocupação com um eventual governo Lula ?